Sois chamados a exprimir a maternidade da Igreja

No dia 9 de fevereiro, o Papa Francisco acolheu um grupo de sacerdotes dos cinco continentes afirmando que os Missionários da Misericórdia “são chamados a exprimir a maternidade da Igreja”.  O encontrou aconteceu no Palácio Apostólico e ao dirigir-se aos sacerdotes e religiosos lembrou que “ser confessor segundo o coração de Cristo equivale a cobrir o pecador com a manta da misericórdia, para que já não se envergonhem e possam recuperar a alegria da sua dignidade filial”.

O Papa presidiu, na Basílica de São Pedro a missa de abertura da Quaresma, com o tradicional rito de imposição das Cinzas. Mais uma vez os sacerdotes foram exortados a serem bons pastores que acolhem e não que espantam as ovelhas. Nesta celebração houve o envio dos Missionários da Misericórdia.

O Jubileu na Misericórdia terá exatamente essa marca: acolher, resgatar, perdoar. Disse o Papa aos Missionários da Misericórdia: “Que vocês possam ajudar a abrir as portas dos corações, a vencer a vergonha e a não fugir da luz. Que as suas mãos abençoem e reergam os irmãos e irmãs com paternidade. Que através de vocês o olhar e as mãos do Pai pousem sobre os filhos e curem suas feridas”. Um aspecto bastante alvissareiro foi o fato do Papa ter chamado os Missionários durante sua homilia de: “Meus queridos irmãos”; algo bastante singular, já que o tratamento tradicional é chamar os sacerdotes de filhos.

Esta é uma marca do Pontificado de Papa Francisco: “aproximação”. Todo missionário deve agir assim como ensina o Profeta Joel: ‘Voltem para mim de todo o coração’. “Se é preciso voltar é porque nos distanciamos. É o mistério do pecado, nos distanciamos de Deus, dos outros e de nós mesmos. Não é difícil se dar conta, todos vemos como fazemos esforço para ter realmente confiança em Deus, de nos confiar a Ele como Pai, sem medo. Como é difícil amar os outros, em vez de pensar mal deles. Como nos custa fazer o bem verdadeiro, enquanto somos atraídos e seduzidos por tantas realidades materiais que se passam e no final nos deixam pobres”, afirmou o Papa.

Um pouco antes da Celebração Eucarística de envio dos Missionários da Misericórdia o Papa se dirigiu aos Peregrinos da Misericórdia (mais de 15 mil) presente da Praça em frente a Basílica de São Pedro, afirmando que: “a verdadeira misericórdia também toca no Bolso”.

Com isso o Papa inseriu no Jubileu da Misericórdia toda tradição do Jubileu Bíblico, presente do texto do livro legislativo do Levítico. Com esse ensinamento o Papa recordou aos peregrinos toda dimensão social do Jubileu. A dignidade dos filhos de Deus passa também pelo resgate do direito de acesso aos ingredientes matérias que garantem a continuidade da vida. É então importante lembrar assim como já exortou o Papa Bento XVI na encíclica “Deus caritas est “que Deus ama seus filhos na totalidade da conjunção do amor Ágape e Eros.

Neste sentido posso afirmar que já nesta quaresma e nela a Campanha da Fraternidade que defende o direito ao Saneamento Básico na defesa de nossa Casa Comum é um meio excelente de vivenciar o Ano da Misericórdia.

Pe. Agenor M da Silva CSS

Missionário da Misericordia.

Roma, 12 de fevereiro de 2016.

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