Queridos irmãos e irmãs diocesanos,
Mais uma vez tenho a alegria de apresentar um novo Plano de Pastoral, o décimo primeiro. Como os demais, ele exigiu muito trabalho e pesquisa para que pudesse ser apresentado à Assembléia Diocesana e entrar em vigor no próximo ano, com a duração de quatro anos (2010-2013).
Embora de forma diferente do Décimo Plano de Pastoral, houve séria pesquisa a partir das bases, através dos diversos encontros foraniais. Com o retrato “falado” das realidades apresentadas pelos participantes das foranias, foi possível elaborar o Projeto do 11° Plano.
O presente Plano de Pastoral não foi confeccionado em laboratório, como algo teórico. Os membros da equipe de elaboração do Projeto são todas pessoas inseridas no contexto prático da realidade eclesial e pastoral. O Plano não brotou de sua cabeça, mas das contribuições dos fiéis que vivem nas nossas cinco foranias. A equipe nada mais fez do que tabular o sentir do nosso povo diocesano. Foi uma tarefa delicada e de muita responsabilidade, visto não ser fácil transmitir o pensamento de muitos sem deixar de pôr o seu ponto de vista ou a sua apreciação.
Na docilidade à escuta do Espírito Santo, na voz do nosso povo, surgiu então o presente 11º Plano Diocesano de Pastoral que se tornará o ponto referencial de tudo o que precisamos fazer em nome de Cristo e da sua Igreja, para que possamos ser suas testemunhas, discípulos missionários, segundo o documento de Aparecida e as exortações do Papa Bento XVI na encíclica “Veritas in Caritate”.
É lógico que todo ele está embebido na Palavra de Cristo, Caminho, Luz e Força vital para realizar a Missão que o Senhor confiou a esta Igreja particular que vive no território desta Arquidiocese.
O Plano Diocesano de Pastoral não é um subsídio optativo para ser usado por quem quer ou deseja.
Ele é o Documento Oficial para conduzir-nos todos a um serviço de unidade pastoral, condição fundamental para o testemunho do nosso discipulado missionário.
Na análise da realidade captada nas bases das nossas foranias, foi constatado que um dos pontos fracos da nossa ação evangelizadora diocesana é a falta de unidade de ação nas diversas atividades pastorais que devemos desempenhar. Se a falta de unidade entre os cristãos é o grande escândalo entre os homens que vivem neste mundo, a falta de unidade na ação pastoral diocesana gera o desencanto e até o desânimo de muitos irmãos e irmãs que professam a mesma fé e querem viver a mesma Igreja, mas o pouco valor dado ao mandamento da unidade de Cristo os descontenta (Jo 17, 21). A unidade assumida como verdade de fé vai exigir a renúncia de muitos pontos de vista pessoais.
Por isso, apelo a todos os sacerdotes, diáconos, religiosas, religiosos, leigos, leigas e seminaristas assumirmos, com convicção, a realização do presente Plano Diocesano de Pastoral, que dá continuidade ao 10° Plano Diocesano.
O espírito que perpassa no atual Plano é o mesmo —assumir com ardor e força a missão de EVANGELIZAR – agora ainda mais enfatizado pelos documentos do Magistério e dos bispos reunidos em Aparecida, na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, em 2007.
A Missão é a fonte e o eixo da ação pastoral apresentada neste Plano Diocesano de Pastoral: “Ai de mim se não Evangelizar!”(1Cor 9, 16). A voz imperativa de Cristo deve ser acolhida incondicional-mente por todos nós: “Ide, pregai o Evangelho” (Mc 16, 15). Todas as ações e projetos que são apresentados devem levar a mística do discípulo missionário que constrói o Reino, do qual a Igreja Diocesana quer ser sinal ou sacramento transparente de salvação para todos.
Há tempo a nossa Arquidiocese se propôs ser verdadeiramente missionária, mas não somente de “conservação”, sim e principalmente de ação missionária: atrair os que estão fora, pelo testemunho da nossa caridade, unidade de fé e de alegre celebração, por constante ação de visitas e acolhida (cf. Missão Continental, doc. 88 da CNBB).
A palavra “unidade” se faz necessária em todas as ações que deveremos realizar. Ela deve revelar a paixão pelo Senhor Jesus, a preocupação de não semear a separação ou o indiferentismo. Apelo, sobretudo, aos queridos e abnegados sacerdotes diocesanos e religiosos a darem força à unidade pastoral em todos as suas nuances e dimensões. Nós, ministros ordenados, somos o referencial por excelência do amor missionário e da paixão pela Obra do Senhor, cientes de que, em pequenas divergências, deixamos os fiéis desnorteados em muitas das ações que devemos realizar em sintonia com o trabalho deles.
“Unidade” não é uniformidade. Se esta enrijece a ação pastoral, aquela, não assumida, põe em jogo a força benéfica do nosso operar em nome de Cristo.
Por isso, precisamos nos revestir de profunda espiritualidade apostólica. Sem ela nada podemos fazer, como nos adverte Nosso Senhor: “Permanecei em mim, porque sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15, 5).
Tomo a liberdade de parafrasear o n° 201 do Documento de Aparecida que servirá muito bem para todos nós, não apenas para os párocos: A renovação da paróquia exige atitudes novas dos párocos e dos sacerdotes (também dos leigos e leigas) que estão a serviço dela. A primeira exigência é que o pároco (e todos) sejam autênticos discípulos de Jesus Cristo, porque só uma comunidade apaixonada pelo Senhor pode renovar uma paróquia. Mas, ao mesmo tempo, deve ser ardorosa missionária que vive o constante desejo de buscar os afastados e não se contenta com a simples administração. Somente um pároco apaixonado por Jesus Cristo pode influenciar os leigos a serem corresponsáveis na sua própria formação, como discípulos missionários. Eis o nosso grande desafio.
Em todos os momentos, no trabalho da equipe e nos encontros com os diversos grupos de colaboradores, foi sensível a vontade de realizar com seriedade e alegria esta difícil tarefa, confiantes na proteção de Deus e bênção de Maria, constantemente invocada sob o título da padroeira, Nossa Senhora da Abadia.
A toda a equipe preparatória do Plano Diocesano de Pastoral, sob a direção do nosso querido bispo auxiliar, Dom Eduardo, a gratidão e o mais vivo agradecimento. Todos sentir-se-ão recompensados ao perceberem a acolhida afetiva e efetiva desse nosso novo Plano Diocesano de Pastoral.
Nosso Senhor abençoe a todos e faça com que sejam verdadeiramente discípulos missionários de Cristo na nossa Igreja particular.
Campo Grande, 8 de dezembro de 2009.
+ Vitório Pavanello
Arcebispo Metropolitano de Campo Grande, MS
INTRODUÇÃO
A história da vida e missão que celebramos no Jubileu de Ouro de nossa diocese por si já é motivo suficiente para animar os fiéis a construir o 11° Plano de Pastoral, prosseguindo na bonita caminhada em que Deus se manifestou para nós.
Os cinquenta anos de história da igreja particular de Campo Grande atestam as razões pelas quais chegamos até aqui.
O amor a Deus e à Igreja nos inseriu nesta caminhada e, apesar de alguns tropeços, tristezas e desânimos, o que fica são avanços, alegrias e esperança. A vida da diocese é a vida de seu povo e por isso sempre acompanhada da graça de Deus, na certeza de que é povo escolhido (cf. I Pd 2, 9-10) que tem em Cristo ressuscitado sua fé, sua alegria e esperança.
Foi com este espírito que a equipe de trabalho, chamada a preparar um Plano de Pastoral que respondesse às necessidades da Igreja diocesana, se empenhou em conhecer a realidade, as dores e alegrias do povo de Deus aqui reunido (cf. GS 1); debruçou-se sobre a Palavra de Deus que ilumina os acontecimentos, faz perceber a vontade dele e provoca nos fiéis uma resposta coerente com o seu projeto de amor; buscou nas bases reunidas por foranias as angústias e aspirações, que devem ser contempladas na ação pastoral planejada.
Desde as primeiras consultas às lideranças, sacerdotes, religiosas e religiosos, leigas e leigos, a realidade que se apresentou mostrou a situação sócio-político-econômico-cultural-religiosa de muitas comunidades: vivemos numa sociedade urbana que atinge e influencia também a zona rural; fazemos parte de um mundo globalizado, muito influenciado pelos Meios de Comunicação Social, afetado por questões políticas e culturais alheias; somos marcados por uma natural religiosidade, em suas mais diversas expressões, fruto da riqueza das migrações; aceitamos com facilidade as diferenças, pois temos o espírito conciliador do povo brasileiro, mas nem sempre conseguimos viver com compromisso e maturidade a fé que professamos.
A Igreja enfrenta alguns desafios que são características da sociedade de nosso tempo: individualismo, consumismo, hedonismo, pluralismo, comodismo, superficialidade das relações, transitoriedade de valores.
Vivemos uma autêntica mudança de época onde os critérios de avaliação das condutas foram alterados. O que antes não era muito valorizado, hoje se encontra em destaque: o indivíduo, a novidade, o concreto, a emotividade, o prazer, o movimento, a estética, entre outros.
Esses valores atuais são uma das chaves que abrirá a porta para uma evangelização adequada à época de hoje. Portanto, são aspectos positivos numa perspectiva de mudança que, mais do que nos desencorajar, devem nos provocar e estimular a planejar as ações efetivas do plano de pastoral através de uma metodologia adequada.
As reflexões realizadas no processo de construção deste plano revelam: forte desejo de unidade, consciência da corresponsabilidade na missão de evangelizar, necessidade de uma pastoral orgânica, profunda preocupação com as limitações da ação da Igreja, fidelidade dos leigos ao Magistério, carências na dimensão social da caridade e necessidade de maior sintonia pastoral de alguns presbíteros.
Diante dessa realidade, a Palavra de Deus nos interpela: o que é preciso fazer para transformar-nos? A transformação da realidade decorre da nossa própria transformação, da nossa conversão pessoal.
E ela se dá à medida que nos abrimos à vontade do Pai, sendo seguidores do Filho e dóceis ao Espírito Santo. A Trindade, fonte da unidade, concorre para que nossa ação pastoral seja orgânica, integradora de fé e vida, sem excluir a pluralidade.
A PESSOA que acolhe o anúncio da fé celebra na COMUNIDADE e dá testemunho na SOCIEDADE, transformando-a para tornar-se cada vez mais capaz de trilhar o caminho que leva ao Reino de Deus.
Além de textos fundamentais da Sagrada Escritura, principalmente os Evangelhos, encontramos motivação e justificativa de nossos projetos nos documentos do Concílio Vaticano II, nos pronunciamentos pós conciliares dos Papas, no Documento de Aparecida, nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da CNBB, nas prioridades da ação pastoral do Regional Oeste 1 e no nosso Diretório de Pastoral Diocesano. A referência aos textos que mais diretamente fundamentam as ações pastorais propostas a seguir consta no preâmbulo de cada uma delas. Foi privilegiada a indicação ao Documento de Aparecida, porque ali são feitas valiosas referências a outros textos. Sempre que possível, indica-se também o nosso Diretório Diocesano de Pastoral.
O Diretório Diocesano de Pastoral estabelece normas que têm por objetivo favorecer a ação evangelizadora de nossa Igreja diocesana de modo orgânico, na unidade e em comunhão. O Plano de Pastoral está em sintonia com este Diretório e estabelece, para o período de 4 anos, ações concretas que necessitam de um planejamento que atenda as suas orientações.
No empenho de cultivar a unidade de ação pastoral e a sua natureza orgânica, as propostas encaminhadas pelas lideranças e aprovadas nas diversas instâncias de decisão foram organizadas conforme o exercício do ANÚNCIO, LITURGIA e CARIDADE, considerando que devem ser respeitados os diferentes carismas dos agentes (DGAE 50, 100, 163 e 164 c).
Para o processo de construção deste plano foi adotado o método VER, JULGAR e AGIR.
As consultas aos grupos, num conjunto de quase mil lideranças envolvidas, foram organizadas para indicar o quê deve ser feito, de que modo pode ser feito equem tem a responsabilidade de agir, nos âmbitos da pessoa, comunidade e sociedade, conforme têm sido elaboradas as DGAE da CNBB.
Das propostas apresentadas durante todo o processo, as lideranças destacaram algumas urgências que nos provocam tomada de posição e renovação: acolhida, catequese, comunicação, convivência, diálogo, família, formação, organização, parceria, testemunho, visita. Todas essas ações decorrem da Palavra de Deus e fazem da Igreja sinal sensível do Reino (LG 1).
Nosso Plano pretende dar condições para que aconteça em nossa Arquidiocese o que diz o texto das DGAE: “Cada diocese será uma ’comunidade missionária’, na medida em que não apenas fortalecer sua consciência missionária, com gestos concretos de ida ao encontro dos outros, mas também na medida em que responder aos grandes
problemas da sociedade onde se encontra” (n° 9).
Este Plano —breve e concreto —quer ser motivador de um novo tempo da Arquidiocese e ajudar-nos a passar de uma “pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária” (DAp 370).
OBJETIVO GERAL
Nossas reflexões e encontros nos fizeram chegar à formulação do seguinte objetivo:
OBJETIVO GERAL
DESAFIADOS PELA NOSSA REALIDADE, ILUMINADOS PELA PALAVRA DE DEUS, EM COMUNHÃO COM TODA A IGREJA, NÓS, POVO DE DEUS NA ARQUIDIOCESE DE CAMPO GRANDE, A PARTIR DO ENCONTRO PESSOAL COM JESUS CRISTO, COMO DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS, QUEREMOSEVANGELIZAR A PESSOA, A COMUNIDADE E A SOCIEDADE, NO EXERCÍCIO DOS MINISTÉRIOS DO ANÚNCIO, DA LITURGIA E DA CARIDADE, POR MEIO DA PASTORAL ORGÂNICA, EM BUSCA DA JUSTIÇA E DA SOLIDARIEDADE, A CAMINHO DO REINO DE DEUS.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Diante da realidade diocesana, considerando o que ensinam a Palavra de Deus e o Magistério da Igreja, alguns textos significativos iluminam as ações propostas quanto ao exercício do ANÚNCIO, LITURGIA e CARIDADE, que devem ser observadas por todos que fazem acontecer a pastoral na diocese (cf. Cap. III do Diretório).
As decisões do processo de construção deste Plano constam nas determinações abaixo. O modo e o tempo de executá-las poderão variar de acordo com o âmbito de ação (diocese —forania —paróquia —comunidade) e a realidade das comunidades, conforme estabelecer o Plano Paroquial de Pastoral, cuja elaboração se faz necessária em todas as paróquias:
“Cada paróquia procure desenvolver, em comunhão com o Plano de Pastoral Diocesano, seu próprio plano de pastoral paroquial e cronograma de atividades, aprovados pela autoridade arquidiocesana, para que as ações a realizar não sejam resultado do improviso” (Diretório Diocesano de Pastoral, art. 133, § 3º).
ANÚNCIO
“Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura.” (Mc 16, 15)
a) ANÚNCIO
A Igreja “existe para evangelizar” (EN14). A evangelização deve atingir a todas as pessoas de modo significativo (Diretório, art.19), cumprindo o mandato do Senhor (Mc 16, 15).
Essa missão essencial da Igreja é um processo complexo, progressivo, permanente e exigente. Deus quer que todas as pessoas sejam salvas (1 Tm 2, 4), por isso nenhum batizado pode se omitir neste dever do anúncio (1 Cor 9,16) e do testemunho do amor revelado na comunhão com os irmãos ( Jo 13, 34-35; DAp 159).
A fonte da missão é a Trindade (AG 2) e a presença dela na Igreja (DAp 23) nos faz viver em estado de missão permanente (DAp 213). A Igreja, fundada por Jesus Cristo, nos garante conhecê-lo verdadeiramente e viver plenamente o Evangelho acolhido na fé. Neste sentido, não é possível ser cristão sem a vivência eclesial.
A nossa Diocese é totalmente Igreja, mas não é toda Igreja, por isso deve estar em comunhão com o Papa e com as demais Igrejas particulares, principalmente as do nosso Regional Oeste 1 (DAp 166). Na diocese, a paróquia é expressão viva da Igreja e lugar privilegiado para fazer uma experiência concreta de Cristo e da comunhão eclesial (DAp 170).
A partir de uma experiência individual, pelas convicções do Evangelho e da vida comunitária, a pessoa se torna capaz de anunciar ao mundo a força dos verdadeiros valores.
É o anúncio que proporciona um autêntico encontro com Jesus Cristo, que leva à conversão de vida, ao discipulado, à comunhão eclesial e à missão (DGAE 53).
DETERMINAÇÕES:
1. SETORIZAR A PARÓQUIA
2. ORGANIZAR ESCOLA DE FORMAÇÃO E EDUCAÇÃO DA FÉ
3. REALIZAR CATEQUESE COM INSPIRAÇÃO CATECUMENAL
4. EVANGELIZAR NAS ESCOLAS E FACULDADES
5. PROMOVER A EVANGELIZAÇÃO DA JUVENTUDE
6. PROMOVER A UNIDADE PASTORAL
7. ORGANIZAR O CDL
8. IMPLANTAR O PLANO DE COMUNICAÇÃO
LITURGIA
“Fazei isto em memória de mim.” (Lc 22, 19)
Encontramos Jesus na Sagrada Liturgia (DAp 250). Toda a celebração litúrgica é ação sagrada por natureza (SC 7), mas não esgota toda a ação da Igreja (SC 9), que deve ser precedida da evangelização e produzir vida nova, segundo o Espírito (Ef 4, 24), e compromisso com a missão (Diretório, preâmbulo do item 2.2.1). Liturgia é fonte e ápice de toda a vida cristã (SC 10), é o Mistério Pascal de Cristo celebrado e vivido, por isso a Igreja tem como uma de suas tarefas fundamentais educar os fiéis para uma plena, consciente, ativa e frutuosa participação (SC 14). Todas as comunidades e grupos eclesiais darão fruto na medida em que a Eucaristia for o centro de sua vida (DAp 180). A celebração litúrgica implica necessariamente um compromisso com a transformação da realidade em vista do crescimento do Reino de Deus (DGAE 68).
Se por um lado a Igreja é responsável pela Liturgia, por outro, a Liturgia “faz” a Igreja, renova constantemente a vida desta família. O encontro comunitário com Jesus Cristo e o consequente ardor que daí provém dará a tônica para o exercício do Anúncio e da Caridade. A Liturgia atinge o indivíduo na sua experiência religiosa, conserva e alimenta a unidade dos fiéis na comunidade e anima o discípulo para sua atuação criativa e profética na sociedade.
6. CRIAR ELO ECUMÊNICO

PROMOVER A EVANGELIZAÇÃO DA JUVENTUDE
PARA QUÊ: contribuir com a formação integral dos jovens e seu discernimento vocacional na Igreja e na Sociedade;
PARA QUEM: adolescentes e jovens;
COMO: organizando um Plano Diocesano de Evangelização da Juventude a partir das diversas forças presentes na diocese (pastoral da juventude, movimentos, serviços, catequese de crisma, pastoral familiar, sav, etc) para atingir com mais qualidade e criatividade os jovens; valorizando nas paróquias as expressões artísticas e culturais juvenis; impulsionando a organização diocesana do Setor Juventude e da pastoral da juventude; criando ambientes receptivos e acolhedores nas comunidades; propor-cionando encontro paroquial de discernimento vocacional; promovendo o volunta-riado jovem nas ações sociais da paróquia;
ONDE: diocese e paróquias;
RESPONSÁVEIS: na diocese, o Assessor eclesiástico, a Equipe do Setor juventude;
na paróquia, o Responsável da juventude;
SUGESTÕES: encontrar formas criativas de engajamento dos neocrismados na vida da comunidade; definir bem os responsáveis paroquiais da juventude e com eles organizar uma ação evangelizadora consistente; promover teatros, eventos culturais, festival de bandas, corais, gincanas, esportes, coreografias, danças; promover eventos em espaços públicos, especialmente na Praça do Papa; apoiar-se nas orientações do Setor Juven-tude da CNBB.
PROMOVER A UNIDADE PASTORAL
PARA QUÊ: favorecer a pastoral orgânica, condição essencial para a implantação do processo de iniciação à vida cristã e a formação permanente;
PARA QUEM: para todos os agentes de pastoral, principalmente dos Movimentos e das Novas Comunidades;
COMO: conscientizando; conhecendo e valorizando o objetivo e a mística de cada grupo; envolvendo todos nas reuniões do CPP; comprometendo as Novas Comunidades nos organismos paroquiais; promovendo eventos, momentos de espiritualidade, reuniões e comunicação que fomentem esta unidade; envolvendo os seminaristas; melhorando a comunhão e a unidade dos padres quanto às orientações diocesanas na administração dos sacramentos;
ONDE: paróquia;
RESPONSÁVEIS: na paróquia, o Pároco e o CPP;
na diocese, o Coordenador de Pastoral e o Coordenador diocesano do Anúncio
SUGESTÕES: propiciar encontros querigmáticos, a fim de despertar o interesse pela formação e vivência comunitária e orgânica de pastoral.
ORGANIZAR O CDL – Conselho Diocesano de Leigos
AMPLIAR O ATENDIMENTO AOS DESTINATÁRIOS PREFERENCIAIS
PARA QUÊ: garantir a promoção humana dos mais necessitados;
PARA QUEM: Os elencados no art. 119 do Diretório (indígenas, doentes, migrantes, encarcerados, assentados e acampados, dependentes de drogas, pessoas com deficiência, crianças, afro-descendentes);
COMO: visitando e conhecendo; discernindo e programando; celebrando seus respectivos dias de comemoração; defendendo seus direitos humanos; apoiando-se nos meios de comunicação; envolvendo os seminaristas;
ONDE: Casas de Detenção, Comunidades Indígenas e de Assentados, Hospitais e Centros de Saúde e outros presentes na Paróquia;
RESPONSÁVEIS: na paróquia, o Pároco, os Coordenadores das pastorais e obras sociais, as Congregações religiosas ali presentes;
na diocese, o Coordenador da Caridade;
SUGESTÕES: rever e favorecer horários de atendimento.
PROMOVER O VOLUNTARIADO
PARA QUÊ: para atender melhor as pessoas mais necessitadas e os destinatários prioritários de nossa missão;
PARA QUEM: profissionais e outros;
COMO: fazendo levantamento dos profissionais (médico, dentista, nutricionista, psicólogo, contador, assistente social, professor, profissionais liberais, empresários, etc) e dos leigos interessados na ação social; motivando, formando e dando condições dos voluntários realizarem seu serviço aos mais carentes; promovendo o voluntariado jovem; fazendo parceria com os universitários da UCDB e com ONGs; organizando grupos de reflexão por categorias profissionais; estudando a Doutrina Social da Igreja; fazendo parcerias com instituições dedicadas à formação de agentes sociais;
ONDE: paróquias e diocese;
RESPONSÁVEIS: na paróquia, o Pároco, o CPP, o Assistente Social, o Assessor Jurídico;
na diocese, o Coordenador da Caridade;
SUGESTÕES: promover o voluntariado a partir dos dizimistas; cadastrar nos finais das missas e através de questionários, do site, jornal e TV da arquidiocese; conhecer a lei do voluntariado; organizar balcão de serviços e empregos; estender às paróquias cursos de capacitação e geração de renda para os necessitados.
CAPTAR RECURSOS
PARA QUÊ: garantir a manutenção e desenvolvimento das obras sociais;
PARA QUEM: Fazenda Esperança e outros destinatários preferenciais (cf. art. 119 do Diretório);
COMO: elaboração e encaminhamento de projetos convincentes e bem elaborados; recorrendo a parcerias com órgãos públicos (SAS), privados e membros das paróquias; recorrendo aos investimentos a fundo perdido dos municípios e emendas parlamentares, aos vereadores e deputados; realizando campanhas de divulgação das ações sociais; apoiando-se em voluntários; conscientizando da importância da devolução do dízimo; reservando um fundo paroquial para as pastorais sociais;
ONDE: diocese e paróquia;
RESPONSÁVEIS: na diocese, o Coordenador da Caridade, o Ecônomo, o Assistente Social, o Assessor Jurídico;
na paróquia, o Pároco e o CAP;
SUGESTÕES: controlar o cumprimento do art. 184, § 2° do Diretório; evitar constantes apelos a doações extraordinárias dos dizimistas.
Orientações e Sugestões para efetivá-lo na Paróquia
ASPECTOS GERAIS
1) CLAREANDO CONCEITOS:
PLANEJAMENTO – “É o processo estabelecido para se organizar e tomar decisões. Contempla vários momentos e não acontece numa única reunião. Exige tempo e itinerário”
PLANO – “É o registro por escrito das motivações e decisões realizadas durante o processo, o planejamento”
PROJETOS – “São as ações detalhadas que garantem o alcance dos objetivos de um Plano”
CRONOGRAMA – “É a lista de ações a serem realizadas, com seus prazos, agentes e destinatários”
2) É IMPORTANTE GARANTIR:
* A explicação aos paroquianos do que é um PPP e de sua necessidade;
* O desenvolvimento de uma espiritualidade que acompanhe o processo;
* Estreita e constante sintonia com o Plano Diocesano de Pastoral;
* Significativa participação das diversas forças presentes na paróquia (pastorais, movimentos, novas comunidades, consagrados/as, seminaristas, clero, lideranças da sociedade local, CPP,CAP, setores, etc.);
* Processo de elaboração, adequada divulgação e instrução, profunda adesão, séria aplicação, constante acompanhamento, periódica avaliação.
3) EXTENSÃO DO PLANO DIOCESANO DE PASTORAL (PDP)
O PPP realiza os projetos diocesanos do PDP, com as características e recursos próprios da paróquia. Além disso, ele determina alguns outros projetos segundo as necessidades específicas da realidade paroquial.
1º. DETERMINAR O OBJETIVO GERAL
O Objetivo Geral é a luz para o caminho que estamos determinando e é construído a partir da resposta à pergunta “Onde queremos chegar? Qual nosso ideal enquanto evangelização a partir da nossa comunidade paroquial?”.
Este Objetivo é, na verdade, o mesmo da Diocese, (cf pg. 11) adaptado para a realidade paroquial. Em linhas gerais, ele contempla os objetivos do Evangelho, da Igreja, do Reino, da CNBB, do Diretório Diocesano.
2º. CONSTATAR A REALIDADE
Com o Objetivo Geral esclarecido, fazemos o exercício, agora, de enxergar a realidade na qual nos encontramos. Para isso, buscamos responder: “Onde estamos? Com quem e com que contamos? O que já existe e o que ainda falta fazer?”. É o momento de descrever, sinteticamente, a realidade sócio-político-econômico-cultural-religiosa local. É importante, também, levantar alguns dados da própria comunidade paroquial e os recursos disponíveis que podem favorecer a concretização do ideal.
3º. DETERMINAR OS OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Sabendo onde queremos chegar e tendo consciência da realidade na qual nos encontramos como paróquia, agora é importante elencar os objetivos específicos. Eles são os do PDP (cf pg. 12 a 14) acrescidos de outros complementares que respondam às necessidades atuais da paróquia. Construímos estes objetivos tentando responder: “O quê está exigindo de nós mais atenção neste momento?” É preciso ter sempre em vista as 3 responsabilidades da evangelização (Anúncio-Liturgia-Caridade) e os 3 âmbitos que devemos atingir com nossa ação (Pessoa-Comunidade-Sociedade).
4º. ELABORAR OS PROJETOS
Os projetos são construídos para responder aos objetivos específicos elencados sobre o Anúncio, a Liturgia e a Caridade, tanto em nível diocesano (cf pg. 16 ss) quanto em nível paroquial.
5º.ORGANIZAR O CRONOGRAMA
O Cronograma é a lista de ações a serem realizadas, com seus prazos, agentes e destinatários. Esta “lista” contribui com a unidade e a corresponsabilidade paroquiais. Ajuda, também, a desenvolver ‘parcerias’ entre aquelas iniciativas semelhantes. Poderia ser e laborado nestes moldes: